sábado, 11 de abril de 2009

DISCIPULO DE CRISTO



A Mensagem do Evangelho para seculo XXI

CRISTIANISMO NÃO-DENOMINACIONAL
"SALVO DEPOIS DO BATISMO"



O presidente dos Estados Unidos Theodore
Roosevelt foi um grande professor e líder, bem como orador, coronel das Forças Armadas e escritor. Em sua linha de trabalho, ele foi quase inigualável. Poucos homens tiveram como ele tantos norte-americanos sentados aos seus pés em busca de instrução. Eram seus discípulos — seus aprendizes — mas não eram discípulos unicamente dele. Não muitos deles seriam tão imprudentes a ponto de excluírem todos os demais professores e se apoiarem unicamente no sr. Roosevelt. Poucos de nós incentivaríamos alguém a entregar-se tão isento de reservas a um líder. Todavia, se alguém decidisse ser aluno somente de Roosevelt para aprender princípios políticos e doutrinas para crer, ensinar e viver, infalivelmente, veríamos, além da fé e da lealdade desse coração ao ex-presidente, a coroa de honra que seria colocada nessa testa. Mostrar essa fé, essa lealdade e atribuir tal honra a um simples ser humano seria mais do que imprudente para indivíduos com liberdade de pensamento. Em contraste com isso, nos prostrarmos dessa maneira aos pés do Homem da Galiléia é uma exigência divina. Ser discípulo de Jesus, e unicamente dEle, no que se refere a religião é o que os céus exigem: Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro (Mateus 6:24a). ...porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos (Mateus 23:8b). ...porque um só é vosso Guia, o Cristo (Mateus 23:10b). Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente [realmente] meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (João 8:31b, 32). Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho (2 João 9). Quem considera Jesus como um Mestre — crendo, ensinando e vivendo somente o que Cristo endossou e consagrando-se a uma vida por amor ao Senhor — é verdadeiramente um seguidor de Jesus, um discípulo de Cristo, e somente dEle. Se há cristãos na terra, então, indiscutivelmente, essa pessoa é um deles. Tal pessoa é simples e unicamente um cristão, repudia quaisquer relações religiosas ou eclesiásticas, salvo a relação com Cristo; nega e rejeita resolutamente todas as doutrinas, exceto as de Cristo e recusa-se a ser conhecido exceto por um nome que o designe como seguidor do Senhor. Por mais que essa pessoa não corresponda ao que alega ser, todo estudante da Bíblia há de admitir que tal posição religiosa é completamente bíblica. Devemos ser justos o bastante, também, para admitir que esta é a posição à qual deve chegar todo coração que deseja agradar a Deus. Enquanto não estivermos dispostos a chegar a essa posição não-denominacional, não poderemos sequer esperar a união pela qual Jesus orou. Quem não almeja nem trabalha em favor daquilo pelo qual Jesus orou e trabalhou está sendo anticristão. Este é o teste de Jesus: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão” (João 8:39b). Igualmente, podemos dizer: “Se você é de Cristo, quer o que Cristo quer, deseja aquilo pelo qual Cristo orou e está se empenhando no que Cristo também se empenha”. Não estou sendo indelicado quando digo que homens que incentivam o denominacionalismo estão incentivando divisões entre os que professam o cristianismo. Qualquer um que incentive divisões o faz contrariando o protesto do nosso Senhor Jesus Cristo selado com sangue, sendo, portanto, 2 anticristão. Novamente, peço aos leitores que voltem comigo à reunião não-denominacional que ocorreu em Jerusalém, registrada no Livro de Atos. É de suma importância. Queremos “enxergar” as mesmas coisas, se verdadeiramente somos cristãos de coração. Maridos e esposas, que são leais, querem concordar entre si. Uma bela vida doméstica deve-se à harmonia dos corações que ali residem. Quando maridos e esposas não fazem um esforço para “enxergar” a mesma coisa, para minimizar suas diferenças e otimizar suas semelhanças, a vida doméstica naufraga. O Espírito Santo apela amavelmente aos filhos de Deus que “se esforcem diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Efésios 4:3). Tenho certeza de que a obra não-denominacional em Jerusalém é evidente e que não há razão alguma para desacordos entre corações amáveis e leais. Encontramos na Bíblia várias ocorrências da expressão “para remissão de pecados”. A Bíblia diz que João Batista “[pregou] batismo de arrependimento para remissão de pecados” (Marcos 1:4b; veja Lucas 3:3). Novamente, no dia de Pentecostes, como já vimos, Pedro disse aos corações que creram e se arrependeram: “Cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados” (Atos 2:38b). Também, quando nosso Mestre instituiu a santa ceia, disse: “Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mateus 26:27b, 28). Novamente, examinemos o significado dessa expressão. Ela tem muito a explicar. Os corações compungidos clamaram porque estavam ardendo com a consciência do pecado e especialmente por terem assassinado o nosso Senhor. Queriam alívio e esse anseio verteu-se em clamores. Todos concordamos que encontraram alívio, mas corações retos têm entrado em desacordo quanto ao momento em que isso ocorreu, se foi antes ou depois do batismo. Como vimos na lição passada, a palavra “para” é uma tradução do grego eis que, teoricamente, seria um termo ambíguo, tendo mais de um significado. Os defensores do denominacionalismo aproveitam-se desse fato deturpando o entendimento dos corações retos, fazendo-os crer que “para” na expressão “para remissão de pecados” significa “por causa de” ou “por conta de”. Dessa forma, o discurso de Pedro aos compungidos de coração tem sido usado para apoiar a teoria de que os homens são salvos antes do batismo. Com certeza, quando Jesus derramou Seu sangue para remissão de pecados, não foi “por causa da” remissão, mas para que os pecados pudessem ser remidos. Não há vozes discordantes quanto a esta interpretação. Aqui falamos todos a mesma coisa e somos “inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1 Coríntios 1:10). Por que é que somos unidos quanto ao significado de “para” em uma passagem (Mateus 26:27, 28), mas discordamos quanto ao significado de “para” em outras passagens, quando todos os outros “para” são traduções da mesma palavra grega? Na verdade, se eis tivesse dois significados, então significaria “por causa de” no discurso de Pedro e “a fim de obter” no discurso de Cristo. Então, a ambigüidade poderia ter sido esclarecida com base em outras passagens. Para dizer a verdade, não existe essa ambigüidade na palavra escolhida pelo Espírito Santo. A erudição acumulada através dos tempos atribui ao termo grego eis, traduzido por “para”, um sentido inequívoco, a saber: “em direção a, atingindo um objeto, um fim ou uma condição”. Definitivamente, não existe nenhuma voz de um perito em grego contra este sentido prospectivo do termo eis. Este significado é inerente ao vocábulo. As versões revisadas da Bíblia em inglês — a English Revised Version (1881–85), a American Revised Version e a Standard American Revised Version (1901) da tradução do Rei Tiago, obra dos eruditos mais experientes do mundo. Usam uma palavra prospectiva. Os comitês de eruditos foram forçados, pelo conhecimento do significado inquestionável de eis, a mudar a palavra inglesa anteriormente usada para um termo que só pode indicar finalidade e propósito; teriam sido infiéis — traidores de uma das incumbências mais sagradas — se tivessem agido diferente. Assim, escolheram uma palavra da língua inglesa que se mostrasse inequívoca em todas as passagens [assim como ocorre na tradução portuguesa de João Ferreira de Almeida]: João batizando “para remissão”, Jesus derramando Seu sangue “para remissão” e Pedro ordenando que as pessoas fossem batizadas “para remissão”. Tanto 3 os eruditos europeus como os norte-americanos declararam que o termo tem o mesmo significado em todas essas passagens. W. W. Goodwin, autor de uma gramática do grego (Goodwin’s Greek Grammar), usada nas principais faculdades e universidades da terra, disse: “Penso que eis em Atos 2:38 expressa propósito ou tendência e é corretamente traduzido por para”1 . J. H. Thayer, autor de um respeitado léxico do Novo Testamento, Grego-Português, disse: “Aceito a tradução da versão revisada: ‘para remissão de vossos pecados’ (o eis expressando o fim almejado e garantido por ‘arrependimento e batismo’ anteriormente desfrutados)”2 . James W. Willmarth, membro da diretoria da American Baptist Publication Society, escreveu o seguinte: Teme-se que, se atribuirmos a eis seu significado natural e óbvio, uma importância desmedida será dada ao batismo, o arrependimento será depreciado e a obra do Espírito Santo será menosprezada. Afirma-se, sobretudo, que aqui está o ponto de debate vital entre batistas e campbelistas3 . Somos gravemente advertidos que, se vertermos eis em Atos 2:38 para a fim de, desistimos da batalha e só resta nos tornarmos imediatamente campbelistas; enquanto que, se o vertermos para por conta de, ainda será possível continuarmos sendo batistas. ...É nossa responsabilidade, simples e honestamente, averiguar o sentido exato dos originais inspirados... Pondo fim à questão — “O que Pedro deve ter dito em benefício da ortodoxia?” A questão na verdade é: “O que Pedro realmente disse e o que ele queria dizer...?” A verdade não sofrerá dano algum atribuindo- se a eis seu verdadeiro significado. Quando campbelistas traduzem a fim de em Atos 2:38, eles estão certos. Será que uma tradução é falsa só porque campbelistas a endossam?4 Eu poderia citar muitos outros eruditos que apóiam essa tradução, mas essas três citações do livro de Shepherd são suficientes para estabelecer o fato de que Pedro ensinou os crentes arrependidos a serem batizados para que fossem salvos, ou recebessem remissão de pecados. Fico feliz também, como disse o sr. Willmarth, por não ter de evitar essa passagem, rejeitando seu significado óbvio... É claro que as pessoas presentes naquela reunião não-denominacional, registrada em Atos 2, foram instruídas a se batizarem para que seus pecados fossem apagados. 1 W. W. Goodwin, para J. W. Shepherd, 27 de julho de 1893, citado em J. W. Shepherd, Handbook on Baptism (“Manual de Batismo”). Nashville: Gospel Advocate Co., 1950, p. 348. 2 J. H. Thayer, para J. W. Shepherd, 5 de maio de 1893, citado em Shepherd, p. 356. 3 Sr. Willmarth, um batista, sustentava o mesmo parecer sobre batismo ensinado pelos então chamados “campbelistas”. Veja “Nota do Editor”, na lição “Sobre o Autor” na série “Cristianismo Não-Denominacional”. 4 James W. Willmarth, “Baptism and Remission” (“Batismo e Remissão”), Baptist Quarterly (“Periódico Trimestral Batista”), julho de 1877, pp. 304–5; citado em Shepherd, pp. 357–59.  1 Elijah Goodwin, “The Name ‘Christian’”, (“O Nome ‘Cristão’”), New Testament Christianity (“Cristianismo do Novo Testamento”), vol. 1, ed. Z. T. Sweeney. Columbus, Ind.: Autor Independente, 1923, pp. 453–54. “Os Discípulos Foram Chamados Cristãos” “Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos” (Atos 11:26). “O termo ‘cristão’ deriva do termo ‘Cristo’. O termo ‘Cristo’ é uma tradução da palavra grega kristos, que significa ‘ungido’. O Kristos — o Cristo, o ungido. Sabendo que o termo ‘cristão’ deriva de ‘Cristo’, que significa ‘ungido’, será que todos os que usam biblicamente este nome, ou que estão autorizados pela Bíblia a usá-lo, não devem ser considerados o povo ungido de Deus? Usando os termos da nova aliança, todos os que pertencem ao povo de Deus são considerados sacerdotes. Pedro diz: ‘...para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo’ (1 Pedro 2:5). Então, esses sacerdotes espirituais não são ungidos? O nome ‘cristãos’ indica que são. O apóstolo João refere-se a essa unção santa quando diz: ‘E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento’ (1 João 2:20; veja também v. 27).”1



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