quinta-feira, 11 de julho de 2013

UM APELO À RESTAURAÇÃO DA IGREJA


A MENSAGEM DO EVANGELHO PARA HOJE


                                  UM APELO À RESTAURAÇÃO DA IGREJA

                                                               Leitura: 1 Timóteo 4:1-16

Jesus Cristo prometeu: “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (Mateus 16:18).” Ele falou sobre a Igreja única, construída sobre fundação, pertencendo apenas a Ele próprio – o único Salvador que daria a Sua vida para comprar a Igreja (Atos 20:28). Jesus Cristo, que morreu na cruz pelos pecados do mundo, é o foco central das Escrituras, o foco central da Igreja, e o foco central deste estudo. Esta série considera a fé e prática da Igreja fruto de gratidão a Cristo, cuja graça e autoridade a Igreja deve refletir. A Igreja do Senhor começou em Jerusalém, no primeiro dia judaico de Pentecostes depois da ressurreição de Jesus. Naquele dia, aproximadamente 3.000 pessoas ouviram o evangelho, ao qual responderam em arrependimento e batismo, e foram acrescentadas pelo Senhor (Atos 2:36-47). Todos os apóstolos e primeiros convertidos eram parte deste “corpo único,” cuja unidade tinha raízes em um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, e um só Deus (Efésios 4:4-6). Esta Igreja única era composta de muitas congregações locais. As pessoas eram imperfeitas, mas o modelo da palavra de Deus era perfeito (2 Timóteo 1:13-14; Filipenses 3:17). Os apóstolos usaram este modelo divino para instruir e corrigir as Igrejas (1 Coríntios 4:17; 7:17; 14:34-37; Apocalipse 2-3). Eles ensinavam os outros que, por sua vez, deveriam ensinar ainda outros a mesma mensagem imutável (2 Timóteo 2:2). Jesus havia dito a mesma coisa: “ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. (Mateus 28:20).”

Contudo, os apóstolos advertiram: “E dentre vocês mesmos se levantarão homens que torcerão a verdade, a fim de atrair os discípulos para si. Por isso, vigiem!” (Atos 20:30-31)!” Eles, muitas vezes, previram que os falsos mestres iriam introduzir erro, corrompendo a Igreja, e que pessoas sinceras iriam segui-los e se perderem. Eles disseram que haveria falsas doutrinas, distorções das Escrituras, e pessoas se desviando da fé. Leia 1 Timóteo 4:1-16; 2 Pedro 2:1-3; 3:14-18; 1 João 2:18-19; Apocalipse 2:14-16, 20-23. O Espírito Santo guiou os apóstolos a escrever várias cartas do Novo Testamento com o claro propósito de prevenir e corrigir tais desvios.

Desde o primeiro século e do estabelecimento daquela Igreja do Novo Testamento, muitas mudanças, tradições, e líderes têm, de fato, influenciado e dividido aqueles que afirmam seguir a Cristo. Estas mudanças envolvem assuntos tais como: organização da Igreja (concílios, bispos monárquicos, e papas), o modo e propósito do batismo, orações a Maria e aos santos, o uso de estátuas e imagens, o acréscimo de nomes criados pelos homens, e muito mais. Buscando reformar a igreja Católica, muitos a deixaram (ou foram excomungados). As igrejas protestantes emergiram como resultado. Com os anos, centenas de denominações têm se formado. Elas estão hoje em dia divididas umas das outras – consideradas como “sociedades” separadas – por seus nomes distintivos, credos, doutrinas, tradições, concílios, convenções e práticas. Alguns grupos negam que toda autoridade religiosa reside nas Escrituras e/ou negam sua inerrância e inspiração. Outros acrescentam outras fontes de autoridade, tais como a tradição humana, novas “revelações,” ou experiência subjetiva. Alguns grupos defendem a posição que assumem sobre questões de moralidade (tais como homossexualismo) e prática doutrinal (como ordenar mulheres para o ministério). Muitos destes grupos se dividiram mais adiante, acrescentando mais nomes específicos para distinguir suas ramificações particulares das outras do mesmo ramo. As “igrejas” listadas nas “páginas amarelas” revelam a que ponto as divisões hoje em dia estão chegando.

Em João 17:20-23 Jesus orou pela unidade de todos os Seus seguidores, tanto para que refletissem Sua unidade com o Pai e para que influenciassem o mundo a acreditar nEle. Falando por meio de Paulo, Deus diz em 1 Coríntios 1:10-13 que os convertidos devem ser de uma só mente e não usar nomes de homens, nem mesmo o de Paulo. Ele pergunta: “Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vocês? Ou vocês foram batizados em nome de Paulo?” A própria idéia do denominacionalismo, com seus vários nomes, credos e tradições, viola este texto e a unidade para a qual o mesmo chama todos os que crêem em Cristo. Esta preocupação com a unidade não está separada da cruz de Cristo, mas nela tem a sua raiz.

Visto que estas divisões têm ocorrido e se espalhado, muitos ao longo da história têm ficado alarmados. Eles chamaram para um retorno e uma restauração da fé e prática da Igreja original do Novo Testamento. Nomes como Thomas Campbell, Alexander Campbell, Barton W. Stone, e Walter Scott podem estar entre os mais familiares para as Igrejas de Cristo hoje em dia, mas eles são, de fato, parte de uma longa linha de restauracionistas. O apelo para voltar ao Novo Testamento e restaurar a Igreja primitiva não começou com os Campbells. Incluídos entre aqueles que vieram antes deles estão: Peter Waldo (um mercador francês do século doze), Marsilius (1275-1342, um italiano), William de Occam (c. 1300-1349, um erudito da Universidade de Oxford, Inglaterra), John Wycliff (1324-1384, um outro erudito da Universidade de Oxford), John Huss (1373-1415, um professor da Universidade de Praga), Jerome Savanarola (1452-1498, um italiano), Martinho Lutero, Ulrich Zwínglio, João Calvino, John Knox, os anabatistas, John Glas (1695-1773, um escocês), Robert Sandemann (1718-1771, um outro escocês), João Wesley (1703-1791), e muitos outros. Para suas histórias fascinates, veja The Cause We Plead: A Story of the Restoration Movement, por J.M. Powell, páginas 15-30.

Estas figuras mais antigas não apenas criticaram as alterações e tradições religiosas, elas também descobriram muitas das mesmas verdades bíblicas que Campbell, Stone e os outros nas Igrejas de Cristo iriam mais tarde promover. Alguns desses homens inssitiram em voltar às Escrituras como a única autoridade. Eles rejeitaram o papado, a infalibilidade da igreja, a doutrina do purgatório, o batismo de crianças, a distinção clérigos e leigos, e o uso de instrumentos musicais na adoração. Alguns exigiam o batismo dos crentes por imersão e a observância da Ceia do Senhor no primeiro dia da semana. Eles se esforçaram para traduzir a Bíblia para as línguas dos homens comuns, de modo que cada pessoa pudesse ler e entender a Palavra de Deus. Alguns reconheceram “Igrejas de Cristo” como uma designação descritiva para aqueles que pertencem a Cristo. Muitos desses homens foram rejeitados, perseguidos, e até mesmo mortos por aqueles cujas tradições não-bíblicas e autoridade eles negavam.

Independentemente de suas boas intenções, mais e mais denominações protestantes se formaram com o tempo. Estes grupos iriam documentar as crenças de seus próprios fundadores e exigir estrita adesão a elas. Eles escreveram seus próprios credos e manuais distintivos, e escolheram seus próprios nomes distintivos. Fragmentaram-se e dividiram-se em grupos religiosos menores e mais numerosos.

Contra esta tela de fundo, levantaram-se líderes do que é conhecido hoje em dia como o Movimento da Restauração. No final do século dezoito e início do século dezenove, Tomas Campbell, Alexander Campbell, Barton W. Stone, Walter Scott, e muitos outros pediam um retorno à fé e prática do Novo Testamento. O alvo deles não era formar mais uma denominação, mas restaurar a Igreja do primeiro século. Eles se chamavam de “cristãos” e “discípulos de Cristo.” Eles avaliavam as crenças religiosas à luz das Escrituras, determinaram aceitar e ensinar apenas o que ali encontravam.

Baseados nesta convicção, eles passaram a praticar o batismo apenas por imersão, e apenas para os crentes (não crianças). Eles observavam a Ceia do Senhor no primeiro dia da semana, designaram presbíteros, diáconos, e evangelistas para servir às igrejas locais. Reconheciam a natureza autônoma ou independente de cada congregação. Recusavam-se a estabelecer uma hierarquia ou quartéis-generais terrenos. Usavam o Velho Testamento para instrução, mas entendiam que apenas o Novo Testamento prescrevia os elementos específicos da Igreja. Ensinavam que o Espírito Santo atuava por meio da pregação do evangelho para converter os pecadores a Cristo. Pregavam que, para responder à graça de Deus, a pessoa tem que ouvir, acreditar no evangelho, confessar Jesus como o Filho de Deus, arrepender-se de seus pecados, e ser batizada. Eles afirmavam que a pessoa podia, assim, tornar-se cristã e ser acrescentada pelo Senhor à mesma Igreja original descrita no Novo Testamento. Eles diziam que a pessoa podia ser cristã sem jamais fazer parte de nenhuma denominação humana.

Este é o Apelo que faço para à Restauração da Igreja nos moldes Escrituristicos. Colocando de modo simples, é um apelo para todos os que crêem em Cristo abandonarem todas as divisões denominacionais, unirem-se em torno das Escrituras, e restaurarem a Igreja primitiva. As Igrejas de Cristo buscam identificar a si próprias, não com nenhum destes movimentos históricos, mas apenas com aquela Igreja do Novo Testamento. Como tantos outros no passado, as Igrejas de Cristo humildemente buscam ser compostas de Cristãos não denominacionais, não sectários, e encontram a sua origem naquele dia de Pentecostes registrado em Atos 2, quando a Igreja do Senhor começou.

Muitos lemas ajudam a expressar o Apelo para à Restauração:
“Falar quando a Bíblia fala, calar quando a Bíblia cala”.
“Nenhum credo além de Cristo. Nenhum nome senão o divino”.
“Em assuntos de fé, unidade. Em assuntos de opinião, liberdade. Em todas as coisas, caridade (amor)”.

Para manter uma perspectiva equilibrada neste estudo, a pessoa deve lembrar-se:

[1] Jesus Cristo e a cruz são o centro e coração de tudo relacionado à Igreja. Cristo é a doutrina da Igreja, e toda doutrina e prática é para a glória dEle. Claramente a pessoa não adora a Igreja ou suas práticas; a pessoa adora a Cristo para o qual a fé e prática da Igreja apontam.

[2] Práticas exteriores (tais como o modo do batismo ou a freqüência da Ceia do Senhor) não devem estar separadas de seu significado interno. É possível, mas errado, ter todas as práticas corretas sem ao mesmo tempo envolver o coração em genuíno arrependimento e adoração.

[3] Alguns ensinamentos das Escrituras, enquanto vitalmente importantes, não são assuntos de restauração, porque nunca foram alvos de disputa. O maior mandamento é amar ao Senhor com todo o coração, etc. O Segundo é amar ao próximo como a si mesmo. Atitudes tais como humildade, paciência, compaixão, generosidade, e assim por diante, nunca devem ser minimizadas. Ninguém pense que, por não serem estes assuntos discutidos neste estudo dos assuntos de restauração, eles são de algum modo menos importantes na vida da Igreja. 


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